Ilha do Pessegueiro

Ilha do Pessegueiro

Quem não conhece? Mais que não seja pelas palavras de Rui Veloso. Não, não roemos nenhuma laranja na falésia, mas fomos lá, à ilha onde jamais seria possível haver um pessegueiro! Depois desta introdução cheia de alusões e trocadilhos vou segredar-vos a nossa vivência na ilha do pessegueiro.
Foi já em 2018, lá nas nossas primeiras férias,  No Campingir São Torpes e no Camping Villa Parque Zambujeira.

Como surgiu esta oportunidade?

Não foi combinado nem pensado, simplesmente vimos a publicidade junto a uma mercearia tradicional e ligámos a fim de saber o preço. E qual não foi a surpresa? 10€! Passeio de barco e visita guiada pela ilha. Nesse dia não houve visitas por questões pessoais do senhor do barco, mas a nossa vontade era tanta, que voltámos a Porto Covo passado dois dias a fim de visitar a famosa ilha. Era um barco pequeno, cerca de 10 pessoas, mas a viagem foi tranquila e muito relaxante.

O maravilhoso Sr. Matias

Já na ilha, a visita foi muito interessante, o Sr. Matias tinha em si respostas para todas as perguntas que eram feitas. Contou-nos a História do “pequeno” dente de cachalote que ali está exposto e a história por detrás daqueles pássaros parecidos com corvos, mas que são na verdade gralhas. Encantou-nos ao contar as histórias por de trás de cada pedra e cada bocado de terra. Vejam bem que até nos deu a provar uma planta salgada que por ali vai crescendo de forma totalmente selvagem, não só é natural, como pode ser utilizada para temperar carne, peixe ou saladas, como se fosse sal. Incrível, não é?

Já lá vão 2000 anos

Cartagineses, Romanos ou a 3º Dinastia Portuguesa, os Filipinos de Espanha, foram povos e eras de ocupação desta ilha. Tudo muito bem explicado na voz do Sr. Matias.
Hà vestígios que mostram uma ocupação da ilha à mais de 2200 anos, é incrível pensar estas cosias! E sabiam que durante a invasão romana a ilha abrigou um centro pesqueiro? (foi isto que lhe deu o nome, mas já lá vamos!) Faziam salgas e destilação da água do mar, tendo assim água doce sem sair da ilha. Incrivelmente, e com milhares de anos, a forma como o faziam é muito parecida aos métodos utilizados hoje em dia.

A quase destruição da Ilha do Pessegueiro 

Já no século XVI os Filipinos de Espanha mandaram contruir o forte e expandir a ilha até ao penedo do Cavalo, cortando rochas da própria ilha e atirando-as à água. Felizmente, essas Ideias duraram pouco, não só o forte ficou até hoje por acabar, bem como ilha nunca se uniu com o pequeno ilhéu. Caso contrário, a ilha teria desaparecido, teria sido atirada ao mar aos bocados, enfim! Esses cubos de pedra ainda podem ser vistos na ilha, alguns meio dentro de água, outros ainda por acabar de cortar. O modo como a pedra era cortada de forma tão perfeita, fica na curiosidade de um dia irem visitar a Ilha do Pessegueiro, e garanto-vos, o Sr. Matias explica e mostra muito bem, não apenas esta, mas todas as estórias que a ilha tem para nos contar.

Em uma dessas rochas que ficaram por acabar de cortar, está uma gravura de uma sereia, simplesmente maravilhosa!

Geocaching?

Rimos, Tirámos fotografias e ainda fizemos Geocaching (sim, há duas caches na ilha). Enquanto isso, ouvimos a emocionante estória sobre uma grande tempestade que destruiu e danificou algumas estruturas e formas da ilha.  O Sr. Matias assistiu a tudo do forte de Santo Alberto do Pessegueiro, no entanto, diz ter virado a cara para o lado na incapacidade de assistir a tal crueldade.
Toda o trajeto pedonal pela ilha foi muito relaxante e prazeroso. Realmente este é um lugar muito especial e ao mesmo tempo, um lugar com uma estória incrível, uma estória que continua viva muito graças ao Sr. Matias. Todos os anos organiza visitas guiadas à ilha, ele diz tudo ter começado quando recebeu o Trabalho” de levar até à ilha uns pesquisadores. A sua curiosidade pelo que ali se passava, levou-o a ficar com uma sabedoria incrível sobre este lugar! 

E o nome “Ilha do Pessegueiro”?

O Sr. Matias contou-nos ainda mais uma história! Pois é, haver um pessegueiro nesta ilha jamais seria possível visto tratar-se de uma ilha arenosa. O seu nome provem do termo Latino “Piscatório”, que com o passar dos tempos e dos povos foi evoluindo para Pessegueiro. ilha do Pisctório, Ilha do Pessegueiro!

Francisco Palma

 

 

 

 

 

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